Josenilson Leite - Poeta de Garanhuns
Poemas da Vida, Palavras do Coração
Textos

A HEROÍNA DA INDEPENDÊNCIA

No ano de 1792
Para o nosso orgulho nascia
Uma nobre militar
Em Feira de Santana
No Estado da Bahia.

Maria Quitéria de Jesus
No Exército se alistou
Com um só objetivo
Livrar-se do inimigo
Que no estado se instalou.

O seu pai não aceitava
A sua pretensão
Mas ela com atitude
Convicção e paciência
Lutou pela a Bahia
Na Guerra da Independência.

No ano de 96
O estado brasileiro
Deu-lhe o título de Patrona
Do Quadro Complementar
Do Exército Brasileiro.

Um exemplo de guerreira
Que com sua competência
Tornou-se reconhecida
Pela sua veemência
Como uma heroína
Na guerra da Independência.

Os seus feitos nessa guerra
Compara-se a de uma Mártir
Conhecida em toda França
De nome Joana D’Arc.

Para a escola ela não foi
Por ser longe do seu lar
Isso não atrapalhou
De ser uma grande militar.

Quando moça já sabia
Armas de fogo usar
Montava bem a cavalo
E saia para caçar.

Inácio Luís Madeira de Melo
Nome que não se esperava
Veio a mando de Portugal
Ser governador das Armas.

Suas tropas e indicação
Descontentamento gerava
Aquela dominação
O nativo não aceitava.

Os conflitos na Capital
Dia-a-dia aumentava
Foram para o interior
Por onde se espalhava.

Na cidade de Cachoeira
O movimento se instalava
Pra livrar-se do domínio
Que Portugal comandava.

A revolta dos nativos
O lusitano não queria aceitar
E uma canhoneira portuguesa
No Rio Paraguaçu mandou fundar.

Em julho de 1822
A cidade de Cachoeira
Ele mandou alvejar
Para o povo brasileiro
Desistir e se entregar.

Com o ataque em Cachoeira
A confusão multiplicou
E o pró-independência
Força maior ganhou
Voluntários aderiram
E formaram com louvor
Uma tropa de brasileiros
O Exército Libertador.

A filha do senhor Gonçalo
Não se intimidou e pediu
Permissão para se alistar
E seu pai não permitiu.

Com seu pedido negado
Maria Quitéria fugiu
Foi morar com Tereza Maria
Uma irmã que lhe ouviu
Ajudou cortar o cabelo
E como homem se vestiu
Depois para Vila de Cachoeira
Maria Quitéria se dirigiu.

Com o nome de Medeiros
Ela foi se alistar
Pra servir no Regimento
Da Arma de Artilharia
E com muita galhardia
Pela Bahia lutar.

Em dado momento
Em que foi reconhecida
Que não era um soldado
Mas uma mulher vestida
Pelo major comandante
Maria foi defendida
E incorporada à tropa
Por também ser destemida.

Aquela facilidade
No manejo do armamento
A disciplina militar
E o seu comprometimento
Foram pontos importantes
Para o reconhecimento.

O Major josé Antônio
Foi quem deu a permissão
Para que ela incorporasse
No “Voluntários do Príncipe”
Nome do seu Batalhão.

Depois de incorporada
Com todo esse aporte
Providenciou na sua farda
Uma espécie de saiote.

Em 29 de outubro
Prosseguiu com o Batalhão
Para defender a ilha da Maré
E em seguida a Conceição
Depois Pituba e Itapuã
Com a Primeira Divisão.

Em 1823
No mês de fevereiro
No combate da Pituba
Com a alma de soldado
E o espírito de guerreiro
Atacou a trincheira inimiga
Fazendo alguns prisioneiros.

Em 31 de Março
Cadete foi declarada
E do Conselho Interino
Recebeu a sua espada.

Finalmente em 2 de julho
O Exército Libertador
Entrou com todo triunfo
Na cidade de Salvador.

Pela população em festa
Maria Quitéria foi saudada
E pelo governo da Província
Foi logo homenageada
Concedendo-lhe o direito
De poder portar espada.

No dia 20 de agosto
Na cidade do Rio de Janeiro
O Imperador a condecorou
Com a insígnia de Cavaleiro
Concedendo-lhe a Ordem
Imperial do Cruzeiro.

E as suas homenagens
Não estavam terminadas
E a Alferes de Linha
Maria Quitéria foi declarada
E para sua alegria
Pelo pai foi perdoada.
 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

Josenilson Leite Poeta de Garanhuns
Enviado por Josenilson Leite Poeta de Garanhuns em 08/02/2015
Alterado em 13/08/2023
Comentários
Estradas da Vida R$ 42,44 Bahia em Poesia R$ 41,34 Vida em Verso e Rima R$ 38,27
Site do Escritor criado por Recanto das Letras